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segunda-feira, 29 de julho de 2013

30 anos sem Luís Buñuel

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Retrato de Luis Buñuel por Salvador Dali

Assinalam-se hoje 30 anos sobre a morte de Luis Buñuel, o grande cineasta e realizador espanhol.

Revolucionário, Buñuel bebeu nas raízes surrealistas e libertárias do imaginário castelhano, produzindo obras de clara ruptura e confronto com o mundo burguês, clerical e autoritário que vingou em grande parte do sul da Europa e de que “O Cão Andaluz” ou “Viridiana” são apenas dois exemplos.


Um artigo publicado por ocasião do centenário do seu nascimento, a pretexto duma  mostra da sua cinematografia realizada no Brasil, dá conta da “alma anarquista” de Luis Buñuel. (aqui)


A ler também: um artigo do realizador Carlos Saura hoje no El Pais.


Escreve Carlos Saura, citando Luís Buñuel:  ”Os católicos inventaram a confissão para poderem controlar o último reduto da nossa liberdade: a imaginação; tive maus pensamentos, confessava, quando era criança, atormentado pelas chamas do inferno”. “Que pensamentos eram esses, filho”, perguntava-me o padre. “Mulheres nuas, o sexo, masturbava-me”…

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“Viridiana” – A “Ceia dos Pobres”



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Estados Unidos: Festival de Cinema e Vídeo da Juventude Indígena 2013

Quando: Agosto de 2013 durante o Mercado de Cine Indígena realizado por SWAIA e o Museu Nacional do Indio Americano

Onde: Teatro do Museu Histórico do Novo México. 113 Lincoln Avenue Santa Fe, NM 87501. Projeções de cinema e painel com jovens cineastas. Aberto ao público e entrada liberada.

Informação para realizadores:
“As Vozes do Futuro do Novo México” recebeu até o dia 17 de julho, produções em cinema e vídeo de jovens indígenas (Indígenas Americanos/ Indígenas de Alaska/Primeiras Naçoes do Hawai e Canadá).


O festival de cinema de 2013 se realizará no Museu Histórico do Novo México como parte dos eventos do Mercado de Cinema Indígena em colaboração com a mostra de cinema indígena do Museu Nacional de Cinema Indio e Nativo Americano.
O festival de cinema Juvenil Nativo As Vozes do Futuro terá duas sessões durante as exibições deste ano:
Uma sessão estará dedicada ao “cinema jovem” produzido por realizadores entre 0 e 17 anos; e a segunda sessão será para “cineastas emergentes” com obras produzidas por realizadores entre 18 e 23 anos.

sábado, 27 de julho de 2013

Raça, corpo e gênero no Cinema Brasileiro

Defesa de tese em Antropologia do Cinema

Título da tese: Uma interpretação do cinema brasileiro através de Grande Otelo: raça, corpo e gênero em sua performance cinematográfica (1917-1993)

Candidato: Luis Felipe Kojima Hirano

Dia: 02 de agosto de 2013
Hora: 14hs.
Banca: Lilia Moritz Schwarcz, Nicolau Sevcenko, Marcelo Ridenti, Esther Hamburger e Laura Moutinho.

Local: Prédio da Administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Rua do Lago, 717, sala 118 CEP: 05508-080 - Cidade Universitária São Paulo. O prédio fica atrás da faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU).



Resumo:

Esta tese pretende analisar a trajetória de mais de 70 anos de Sebastião Bernardes de Souza Prata, Grande Otelo. Por um ângulo, ela contribui para pensar diferentes momentos do cinema brasileiro, tendo em vista que o ator foi parte integrante do imaginário cinematográfico nacional dos anos 1930 aos 1990, em filmes da Cinédia e Sonofilmes, em It’s all true – projeto inacabado de Orson Welles no Brasil –, em produções do realismo carioca, nas chanchadas da Atlântida, no Cinema Novo e no Cinema Marginal. Por outro ângulo, observar essa trajetória permite refletir sobre o modo como as relações raciais, suas intersecções com a questão de gênero e o próprio corpo dos artistas, negros ou brancos, são reinterpretados conforme a lógica do campo cinematográfico. O fio condutor da análise é uma equação complexa entre linhas de força que extrapolam esta lógica e mecanismos próprios ao cinema, usados para hierarquizar, diferenciar e desigualar intérpretes e escolas. Para empreendê-la, lança-se mão de conceitos, como “estrutura de sentimentos da branquitude”, estereótipos raciais e persona, e do exame interno dos filmes – o que abre caminho para desvelar discursos cinematográficos racistas e estratégias antirracistas.

O itinerário de Grande Otelo, assim, possibilita examinar o forte diálogo entre o imaginário racial hollywoodiano e sua tradução por empresas nacionais entre os anos 1930 e 1950, bem como representações alternativas do negro em It’s all true, no realismo carioca e em Rio, Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos. Por contraste, o desaparecimento do ator nos primeiros filmes do Cinema Novo ilumina as perspectivas de Glauber Rocha e Carlos Diegues sobre o negro. Ambos os diretores elegem intérpretes com predicados corporais, fisionomias e performances de masculinidades diferentes de Grande Otelo, como Antonio Pitanga. O retorno de Otelo em Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, propicia discutir um momento reflexivo do cinema brasileiro, quando os impasses do Brasil se explicitam na reformulação de antigas figuras como o malandro e na interlocução renovada com o movimento negro, entre outros. Por fim, discute-se o aprofundamento de um diálogo interno nos filmes de Rogério Sganzerla e Júlio Bressane, que escalam Grande Otelo como testemunha histórica do cinema brasileiro. Logo, o ator prolífico viabiliza a reflexão, tanto sobre as relações raciais, em suas intersecções com a temática de gênero e corpo, quanto sobre o cinema no Brasil.





Palavras-chave: Grande Otelo, cinema brasileiro, relações raciais, gênero e corpo

Imagem e exílio no cinema da América Latina

Em sampa
Colóquio “Imagem e exílio no cinema da América Latina”



INSCRIÇÕES GRATUITAS (40 vagas) até 30 de julho através do e-mail: julia.bedoya@unifesp.br

PROGRAMAÇÃO:
31 de julho – 4a feira
10h
Abertura. Profª. Drª. Soraya Soubhi Smaili – Reitora UNIFESP.

O tango como alegoria histórica da nação exilada pela ditadura. Prof. Dr. Ismail Xavier (ECA/USP)
O enigma da dor do exílio. Profa. Dra. Olgária Chaim Féres Matos (Filosofia/USP, UNIFESP)
Café
14h
Memórias indisciplinares do exílio em “Diário de uma Busca”, de Flávia Castro. Profa. Dra. Carolin Overhoff Ferreira (História da Arte – ECA/USP)

“Em teu nome…”: cinema político? Profa. Dra. Graciela Foglia (Letras/UNIFESP)
Crianças no exílio. Profa. Dra. Celia Cavalheiro (Audiovisual/SENAC)
Café
16h
Herdeiros do exílio – Memória e subjetividade em três documentários chilenos contemporâneos. Natalia Barrenha (Doutoranda – Instituto de Artes/UNICAMP)

Ressignificações do exílio no cinema argentino contemporâneo. Profa. Dra. Ana Daniela de Souza Gillone (Pós-doutoranda – ECA/USP)

O Cineclube Antonio das Mortes na Ditadura Militar. Marina da Costa Campos (Mestranda – Imagem e Som/UFSCAR).
01 de Agosto – 5a Feira
09h
O exílio das telas. Profa. Dra. Marilia Franco (ECA/USP)

Memórias de Prisioneira(o)s Política(o)s. Argentina e Brasil, anos 1970 e 1980. Prof. Dr. Afrânio Mendes Catani (PROLAM/USP)

O ICAIC e a memória dos exilados. Cristina Alvares Beskow (Doutoranda – ECA/USP)
Café
11h
“Nostalgia de la luz”. Marie Goulart (Mestranda – ECA/USP)

Qual memória é esta? Uma abordagem a partir de ”Hércules 56″. Gabriela Peters (Mestranda – UNIFESP)

14h
Dialética marxiana ou dubiedade barroca em “Terra em Transe”. Prof. Dr. Rubens Machado Jr. (ECA/USP)
Exílio na Terra Estrangeira/Filiação ao Estado Nacional: cinema, identidade e política (1990-2013). Prof. Dr. Murilo Leal Pereira Neto (Economia Política e Negócios/UNIFESP)

Autogestão e exílio: a luta por moradia do mutirão Paulo Freire, em Cidade Tiradentes, São Paulo. Um comentário sobre o filme “Entre Tempos”, de Henri Gerveseau. Prof. Dr. Pedro Fiori Arantes (História da Arte/UNIFESP)

O exílio como metáfora para a paisagem na América do Sul – pintura brasileira nos anos 20. Profa. Dra. Letícia Squeff (História da Arte/UNIFESP)

Café
16h30
Rogério Sganzerla: figura do desterro. Felipe Moraes (Doutorando – ECA/USP)
Chris Marker e a cantiga do exílio. Nicolau Bruno (Doutorando – ECA/USP)
Exílios Distópicos: Análise do filme “Dois perdidos numa noite suja”. Fernando Rodrigues Frias (Mestrando – PROLAM/USP)

02 de agosto – 6a Feira
09h
A relação com o passado da ditadura após o exílio na obra documental do cineasta uruguaio Mario Handler. Mariana Vilaça (UNIFESP)

A divisão do exílio: “Tangos, el exilio de Gardel”. Prof. Dr. Ignacio del Valle Dávila (Université Toulouse II)

O golpe do Chile visto da França: análise de “L’ambassade” (1974), de Chris Marker. Dra. Carolina Amaral de Aguiar (História/USP)

La llama encendida no se apagará: exílio e resistência militar contra a ditadura de Pinochet em “Acta General de Chile” (1986), de Miguel Littín. Alexandro de Sousa e Silva (Mestrando – História/USP)

Café
11h30
Experiências brasileiras com a ficção gótica nos anos 1970: os casos de Walter Hugo Khouri e Carlos Hugo Christensen. Profa. Dra. Laura Loguercio Canepa (Pós-Graduação Comunicação/UAM)

Bressane no exílio: neuroses & obsessões. Fabio Camarneiro (Doutorando – ECA/USP)
O exílio indígena na justiça comunitária de “La Nación Clandestina”. Profa. Dra. Yanet Aguilera (História da Arte/UNIFESP)

14h
Mesa Configurações da dor: violência, memória e esquecimento
Sofrimento e memória: a figura da vítima. Profa. Dra. Cynthia Sarti (Ciências Sociais/UNIFESP)
Aproximações sobre a iconografia da violência e da dor. Prof. Dr. Jens Baumgarten (História da Arte/UNIFESP)
Verdade, memória e esquecimento na literatura. Prof. Dr. Bruno Konder Comparato (Ciências Sociais/UNIFESP)
Memória e esquecimento no filme “Diário de uma busca”. Prof. Dr. Mauro Luiz Rovai (Ciências Sociais/UNIFESP)
Café
Organização: Profa. Dra. Olgária Chaim Féres Matos, Prof. Dr. Mauro Luiz Rovai e Profa. Dra. Yanet Aguilera Franklin de Matos.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ni Dios, Ni Patrón, Ni Marido. Argentina, Laura Mañá, 2010

O filme narra os fatos que culminaram na criação do “La Voz de la Mujer” em 1886, o jornal anarcofeminista desde o qual um grupo de pioneiras lutavam pelo amor livre, a igualdade de direitos e o fim de toda dominação quando ainda não despontava o século XX.
........1O periódico “La Voz de la Mujer” é o primeiro na América Latina que englobou as idéias anarquistas e feministas.

Pode-se ser anarquista sem ser feminista?

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