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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A verdade extática

Para Rita


Por Werner Herzog
Leio o coração humano. É uma parte importante de minha profissão. Ao ler o coração humano, não se aprende só a experiência, se pode ensiná-lo. Falo de experiências muito elementares. O que significa estar preso? O que é ter fome? O que é criar filhos? O que é a solidão no deserto? O que significa estar enfrentando a um verdadeiro perigo? Experiências básicas, o mais elementar que existe. Mas a maioria de nós ignora essas experiências, exceto a de ter filhos. Não vejo a ninguém na França ou na Espanha que tenha tido a experiência da fome. Eu sim. Não sei de quase ninguém que tenha sido maltratado na prisão. Eu sim. Na África, duas ou três vezes. Tem feito longas caminhadas? De experiências assim provêm minhas capacidades como cineasta.

Sigo vivo como cineasta porque mudo. Não sigo acreditando que vivo nos anos ’70. Muitos cineastas ficaram bloqueados nos anos ’70, como Syberberg. Muitos desapareceram. Não evoluíram. Também existe uma coerência em meus filmes. Há certos motivos, certa insistência na visão. Certa dramaticidade na direção. Estou seguro disso. Ao mesmo tempo é uma obra aberta em todas as direções. Se considerarmos a Luís Buñuel, sua visão permanece coerente, ainda que seus filmes surrealistas iniciais, seus filmes dos anos ’50 no México e também os dos anos ’60 na França sejam muito diferentes. Bastam vinte segundos de imagens para reconhecer um filme de Buñuel.

Sou tão cinéfilo como é possível ser. Adoro o cinema. Mas não necessito ver três filmes por dia. Para mim basta ver três bons filmes ao ano. Em um ano que seja de uma boa colheita para o cinema, se produzem cinco ou seis bons filmes no mundo. No mais. Esse tem se convertido no maior problema dos festivais: seu número cresceu até alcançar, não sei, algo como a cifra de 2800 filmes. Pode estar bem ver cinco ou seis filmes. Às vezes também pode se estar bem e se contentar com o pior que exista. Precisamente para aprender o que não se deve fazer. Os filmes ruins são sempre mais instrutivos que os bons.
Em meu cinema, o estilo não prevalece sobre o tema. O estilo não se fixa em um rito. Eu fujo do estilo. A substância de meus filmes esta em outra parte. Se nunca me preocupei pelo estilo é porque o estilo, inevitavelmente, se impõe através de mim. Não pelo seu tema, pois sei que existem muitas maneiras de tratar um mesmo tema.

Não me considero um artista. Nem sequer sei o que é um artista. Custa-me se ater a uma definição. O cinema é um emprego, na medida em que ganho dinheiro. De forma que é onde trabalho profissionalmente. Sei que é um trabalho profissional. Sou um verdadeiro profissional. É onde ganho a vida. Não passo fome, tenho bastante dinheiro para pagar um café. Bastante dinheiro para pagar o aluguel. Nesse aspecto, sim, posso entender que o que faço seja uma profissão. Mas “artista” é uma palavra que me custa muito entender. E isso se torna mais difícil com os anos na medida em que cada vez desconfio mais da arte. Sobretudo desde já fazem vinte anos. É muito difícil de explicar. Gostaria de falar, entre aspas, da arte moderna. Podemos compreender em que situação esta a arte observando ao mercado de arte, aos leilões, ao mundo das galerias. Há algo aí profundamente inquietante e extremamente suspeito. Como podem os “artistas” deixar que a arte seja isto o que se tenha convertido? Assistimos a uma completa distorção dos valores. Ir a uma vernissage – o que aconteceu uma ou duas vezes na minha vida – é a experiência mais desalentadora que se possa imaginar. Tão desalentadora que não a voltarei a ter nunca. A maneira em que se apresenta o trabalho, o público que vai a esses eventos, o mercado de arte, tudo isso dá náuseas.
A mim custa acatar as categorias “documentário” e “ficção”. Todos meus documentários são estilizados. Em nome de uma verdade mais profunda, uma verdade mais extática – o êxtase da verdade – contêm partes inventadas. As vezes posso dizer então que se trata de ficções disfarçadas. A expressão tão pouco é de todo apropriada. Mas é a explicação que me ocorreu. Grizzly man é muito diferente de El pequeño Dieter necesita volar ou do El país del silencio y la oscuridad ou Lecciones de oscuridad. Eu deixei de me fazer a questão sob sua classificação.

Atrás das imagens, atrás da visão, atrás da historia, atrás da gramática da narração e da gramática da imagem há algo cuja experiência o cinema pode oferecer em muito raras ocasiões, se toca então numa verdade mais profunda. Não ocorre muitas vezes, acontece em poesia. Ainda quando tinha me distanciado um tanto dele com os anos – é um poeta para os que têm quinze, dezesseis ou dezessete anos –, ao ler a Rimbaud se sente instantaneamente que temos roçado algo extático. Tocamos uma verdade que esta atrás das coisas. Algo que não necessitamos analisar. O sabemos de imediato. Rimbaud obviamente se interessava muito nas iluminações. Mas os fatos não iluminam. Os fatos criam normas. Só a verdade ilumina.

Estas declarações de Werner Herzog foram tomadas do livro Manual de sobrevivência, uma extensa entrevista ao cineasta realizada por Hervé Aubron e Emmanuel Burdeau em 2008 e que El Cuenco de Plata acaba de traduzir ao castelhano e editar em sua coleção Extraterritorial/Cine.

Fonte em castelhano: http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/radar/9-8947-2013-07-01.html

Livre Tradução Coletivo Antro

4º Festival Internacional de Cinema e Alimentação

4º Slow Filme - Festival Internacional de Cinema e Alimentação
12 a 15 de setembro de 2013
Cine Pireneus - Pirenópolis - Goiás

Saiba mais sobre o festival: http://objetosim.com.br/cinema-para-um-mundo-melhor/

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Filosofia do filme na Rural

Em Seropédica /RJ
por Ivana Barreto

Nos dias 29 e 30 de agosto, das 13 às 17h, no Auditório Hilton Sales(P1), acontecerá o mini-curso (gratuito) Filosofia do Filme, organizado pelo Departamento de Filosofia do ICHS/UFRRJ. Segundo Pedro Hussak, professor do curso de Filosofia, o objetivo do mini-curso é apresentar a teoria de Josef Früchtl sobre Filosofia do Filme em três momentos. No primeiro, pretende-se mostrar as referências existentes sobre o filme no contexto das teorias filosóficas que fizeram menção ao meio, objetivando revelar a crítica de Früchtl a essas teorias. No segundo, serão apresentadas a teoria de Früchtl que relaciona subjetividade, modernidade e três gêneros de filmes. A base desta apresentação é seu livro O Eu impertinente. Uma história heroica da modernidade. O terceiro momento refere-se ao tema do novo livro do autor, que relaciona a experiência estética com a confiança encenada nesta experiência. 
 
O curso será ministrado também pela professora Carla Damião, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Docente da Faculdade de Filosofia da UFG (FAFIL-UFG), Carla é responsável pela disciplina de Estética. Participa do Programa de Pós-Graduação da FAFI. Participou e organizou eventos e publicações na área de Estética nos últimos anos com atenção particular para os escritos de Walter Benjamin. 

Josef Früchtl é  autor, além de muitos artigos publicados em jornais, revistas, periódicos e livros, de duas obras dedicadas à Filosofia do filme: O Eu impertinente. Uma história heróica da modernidade (Das unverschämte Ich. Eine Heldengeschichte der Moderne. Suhrkamp, 2004/Stanford University Press, 2009) e seu mais recente livro, lançado no início deste ano, intitulado Confiança no Mundo. Uma Filosofia do filme (Vertrauen in die Welt: eine Philosophie des Films. München, Fink, 2013). Atualmente, Früchtl é professor da Faculdade de Filosofia e Artes da Universidade de Amsterdã, na Holanda. Foi presidente da Sociedade Alemã de Estética (Deutsche Gesellschaft für Ästhetik) e é co-editor da revista Zeitschrift für Ästhetik und All­gemeine Kunstwissenschaft. Organizou, em julho último, o evento “Film-Philosophy Conference: Beyond Film, que ocorre desde 1997 no Reino Unido e que, pela primeira vez, se deslocou para a Holanda.

Josef Früchtl: considerado parte da terceira geração
 da Escola de Frankfurt
As inscrições podem ser feitas no próprio local de evento.
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VII ENCONTRO INTERNACIONAL DE CINEMA E EDUCAÇÃO

Programação

27 de agosto

9h30 Apresentação do projeto de criação das escolas de cinema em escolas de Ensino Fundamental do Rio de Janeiro
Adriana Fresquet & Clarissa Nanchery

14h Mesa redonda: A potência do cinema como gesto criativo nas escolas
Débora Nakache (Universidade de Buenos Aires)
Alexandre Ferreira Mendonça (FE/UFRJ)
Hernani Heffner (Cinemateca do MAM-Rio)

28 de agosto

14h Apresentação de alguns trabalhos audiovisuais realizados pelas escolas de cinema de:
Colégio de Aplicação CAp UFRJ
Escola Municipal Vereador Antônio Ignácio Coelho
O Instituto Nacional de Educação de Surdos
Mesa para comentar as produções escolares:
Wenceslao Oliveira (Grupo Olho/UNICAMP)
Aline Veríssimo Monteiro (FE/UFRJ)

29 de agosto
Tarde
Colégio Estadual José Martins da Costa
CIEP 175 José Lins do Rego
Instituto Benjamin Constant
Mesa para comentar as produções escolares:
Débora Nakache (UBA)
Hernani Heffner (MAM-Rio)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cinema Social e Cultura na Espanha

Novo curta: O cinema libertário, a revolução na sétima arte

O Filme editado pelas estudantes da Universidade de Murcia: María Pérez, Ana Mendoza e Lucia Rodriguez, dirigido por Leny Sánchez, companheira da CNT de Cartagena e produzido por Jorge López. Conta com a colaboração do Sindicato de Ofícios Vários da CNT de Cartagena.

O documentário faz uma introdução a este tema tão denso e exemplar, ignorado pela história cinematográfica nacional e internacional.

Entre os títulos dos filmes produzidos durante este período são: o musical “Nosotros somos así” (“Somos assim”), o filme neorealista de Armand Guerra “Carne de Fieras” (“Carne de Feras”), o cinema social como “Aurora de Esperanza” (“Aurora de Esperança”), a comédia “Nuestro Culpable” (“Nosso Culpado”) ou o longa-metragem amplamente alcançado e visto nos cinemas de Cartagena da época, “Barrios Bajos” (“Bairros Pobres”), que pode levar-nos a ver como eram estes bairros naquela época, trazendo-nos até os bairros de Cartagena como El Molinete ou os de Barcelona, como Las Ramblas ou Raval.

 
agência de notícias anarquistas-ana
O trem vai sumindo
entre túneis e montanhas.
Ouço os tucanos.
Sérgio Francisco Pichorim

+ Infos da agência de notícias anarquistas-ana: http://noticiasanarquistas.noblogs.org/ ou
 https://www.facebook.com/pages/Ag%C3%AAncia-de-Not%C3%ADcias-Anarquistas/479225258835731?fref=ts
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http://antrocine.blogspot.pt/2013/07/louise-michel-rebelde-franca-solveig.html
   http://www.antrocine.blogspot.com.br/2013/04/somos-as-imagens-que-vemos.html    

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Gênero, corpo e sexualidade em "Tudo sobre minha mãe" e "A pele que habito" de Pedro Almodóvar


Autoras: Paloma Coelho e Juliana Gonzaga Jayme 

RESUMO

Este artigo visa a refletir sobre a construção das relações de gênero no cinema contemporâneo a partir da análise dos filmes Tudo sobre minha mãe (1999) e A pele que habito (2011), de Pedro Almodóvar. Já discutido em outros trabalhos acadêmicos, Tudo sobre minha mãe é um filme de grande repercussão no circuito cinematográfico e, ao mesmo tempo, constitui-se em um campo fértil para a análise das relações de gênero no cinema por apresentar uma abordagem inovadora sobre o tema, subvertendo convenções cinematográficas e padrões socialmente instituídos no tocante ao gênero e à família. Mais de uma década depois, em A pele que habito, o diretor propõe uma discussão ainda mais sofisticada, abordando não só o processo da mudança de sexo, como também a complexidade e a transitoriedade das categorias gênero e corpo, demonstrando seu caráter construtivo e inacabado e, portanto, desvinculado de categorizações fixas e essencialistas. Pretende-se, assim, discutir como esses filmes questionam as noções de masculino e de feminino, abordando-as como construções culturais e implodindo alguns padrões sociais de “normalidade” e de “anormalidade” ao desconstruir aspectos muitas vezes dados como naturais e universais sobre as performances de gênero.

Palavras-chave: Gênero; Sexualidade; Corpo; Cinema; Almodóvar.

RESUMEN


Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre la construcción de las relaciones de género en el cine contemporáneo del análisis de películas Todo sobre mi madre (1999) y La piel que habito (2011), de Pedro Almodóvar. Ya se ha discutido en otros trabajos académicos, Todo sobre mi madre es una película de una gran repercusión en el circuito cinematografico, y al mismo tiempo, es un campo fértil para el análisis de las relaciones de género en el cine por presentar un enfoque innovador sobre el tema, subvertir convenciones cinematográficas y las normas sociales impuestas en relación con el género y la familia. Más de una década, en La piel que habito, el director propone un debate cada vez más sofisticado, que contemple no sólo el proceso de cambio de sexo, como también de la complejidad y la transitoriedad de las categorías género y cuerpo, lo que demuestra su carácter constructivo, incompleto y, luego, desconectado de categorizaciones fijas, esencialistas. Por lo tanto, se tiene el propósito de discutir cómo estas películas están cuestionando las nociones de lo masculino y de lo femenino abordandolos como construcciones culturales y sociales, rompiendo algunas padrones de "normalidad" y "anormalidad" cuando deconstruir aspectos muchas veces dados como naturales y universales en la performance del género.







ABSTRACT

This article aims to reflect on the construction of gender relations in contemporary cinema from the analysis of movies All about my mother (1999) and The skin I have in (2011), of Pedro Almodovar. Has already been discussed in other academic works, All about my mother is a film of great repercussion in cinematographic circuit, and at the same time, it is a fertile field for the analysis of gender relations in the cinema by presenting an innovative approach on the subject, subverting cinematic conventions and standards socially imposed in relation to gender and family. More than a decade later, in The skin I have in, the director proposes a discussion even more sophisticated, addressing not only the process of change of sex, as also the complexity and the transitoriness of gender categories and body, demonstrating its constructive character and unfinished and, therefore, detached from fixed categorizations and essentialist. Hence, it is intended to discuss how these movies are questioning the notions of male and female by approaching them as cultural constructions and disrupting some social standards of "normality" and "abnormality" to deconstruct aspects often understood as natural and universal on the performance of gender.

Key-words: Gender; Sexuality; Body; Cinema; Almodóvar.







Leia em:
 http://www.relaces.com.ar/index.php/relaces/article/view/190/158

Em Belo Horizonte: Mostra Hitchcock é o cinema

Até 05 de setembro acontece em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, a mostra Hitchcock é o Cinema. A retrospectiva apresenta a filmografia completa do cineasta inglês, composta por 54 filmes, além de exibir parte das produções televisivas apresentadas por Hitchcock entre os anos 50 e 60. Completam a programação ações de formação como palestras, debates e um curso com o pesquisador de cinema Luiz Carlos Oliveira Jr, sobre a obra do mestre do suspense.
Do cinema mudo aos sucessos de Hollywood – Toda a filmografia do cineasta está dividida em duas fases: a britânica, que compreende o início de sua carreira, ainda no cinema mudo, e suas primeiras incursões no cinema sonoro, contando com clássicos como Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929) e a primeira versão de O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1934), trabalho que seria refilmado pelo próprio Hitchcock em 1956; e a fase americana, que conta com seus principais sucessos, já em Hollywood, como Festim Diabólico (Rope, 1948), Os Pássaros (The Birds, 1963), Janela Indiscreta (Rear Window, 1954) e Psicose (Psycho, 1960), que o consagraram como um dos maiores cineastas da história.
Atividades especiais
The Hitchcock 9 – Hitchcock é o Cinema irá exibir, além da rica programação, uma série especial de nove filmes mudos, restaurados e em alta definição, intitulada The Hitchcock 9. Realizadas pelo British Film Institute, BFI, as restaurações recuperaram novas cenas de produções que foram desgastadas e danificadas ao longo de décadas. O conjunto de filmes, que estreou nos Estados Unidos em junho deste ano, é essencial para a compreensão de toda a obra do diretor e será apresentado no Cine Humberto Mauro em DCP, no decorrer da mostra. As exibições serão acompanhadas de um músico, que fará a trilha ao vivo. Integram a programação: O Jardim dos Prazeres (The Pleasure Garden, 1926), O Inquilino Sinistro (The Lodger, 1926),Downhill (1927), Vida Fácil (Easy Virtue, 1927), O Ringue (The Ring, 1927), Champagne (1928), A Mulher do Fazendeiro (The Farmer’s Wife, 1929), O Ilhéu (The Manxman, 1929) e Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929).
Hitchcock no Almoço – A partir do dia 1º de agosto, será apresentado o Hitchcock no Almoço. O projeto irá revelar ao público os episódios dirigidos e apresentados pelo cineasta, na série televisiva Hitchcock Presentsem horário especial: às 13h, aproveitando a pausa para o almoço. No ar de 1955 a 1962, o seriado exibia curtas que continham elementos de terror, comédia, suspense e sobrenatural.
Dia Psicose – A mostra terá um dia especialmente dedicado ao filme Psicose. Além de contar com exibição em DCP e película 35mm, o público poderá conferir uma palestra dedicada ao clássico, ministrada pelo crítico e pesquisador Marcelo Miranda, e assistir a trabalhos ligados ao universo do filme não dirigidos por Hitchcock, tais como: a continuação da obra, Psicose II (Psycho II, 1983), com Anthony Perkins – o Norman Bates do original -, e a refilmagem quadro-a-quadro de Gus Van Sant, colorida, lançada em 1998. 
Hitchcock em 3D – Outra grande novidade da mostra é a exibição, pela primeira vez em Belo Horizonte, do filme Disque M Para Matar (Dial M For Murder, 1954) em 3D.  A versão do diretor para a famosa peça de Frederick Knott, produzida especialmente para esse formato, é uma saborosa combinação de elegância e suspense estrelada por Grace Kelly, Ray Milland e Robert Cummings. Hitchcock é considerado um dos principais representantes da chamada Era de Ouro do Cinema 3D. Apesar da grande popularidade nos últimos 15 anos, a tecnologia começou a ser utilizada nos anos 1920.
32 horas do mestre do suspense – Mais uma ação promete abalar os ânimos dos entusiastas da sétima arte de Belo Horizonte. O Cine Humberto Mauro receberá, nos dias 23 e 24, sessões ininterruptas de Hitchcock, numa maratona de 32 horas, que se inicia às 15h da sexta-feira (23) e termina às 22h de sábado (24). Para recarregar as baterias do público que ficou ligado a madrugada inteira, será servido um café da manhã no hall do Cine Humberto Mauro.
Além da exibição de filmes importantes do diretor, como Ladrão de Casaca (1955), Um Corpo Que Cai (1958) eJanela Indiscreta (1954), haverá sessões comentadas por pesquisadores e críticos de cinema, com destaque para um bate-papo especial com José Mojica Marins, o Zé do Caixão, sobre o filme Os Pássaros, às 23h do dia 23/08.



A programação conta também com a exibição de Chantagem e Confissão, filme mudo do diretor, com execução ao vivo da trilha sonora por um músico convidado e uma sessão em 3D de Disque M para Matar.
Atividades de formação – Além da filmografia do cineasta, a mostra Hitchcock é o cinema vai trazer especialistas para discutir os principais temas abordados pelo cineasta em seus longas. A partir do dia 13 de agosto, uma extensa programação será aberta a estudantes e admiradores do diretor, sempre gratuitamente, no Cine Humberto Mauro.
Durante o período de 13 a 15 de agosto, de 14h às 16h45, o cineasta e crítico Luiz Carlos Oliveira Jr. vai ministrar o curso “O suspense subjetivo de Alfred Hitchcock”, que visa analisar de forma minuciosa as principais características do suspense hitchcockiano. Serão abordados temas recorrentes nas obras do cineasta, como a estética da perversão e do voyeurismo, a herança do expressionismo, a “síndrome do segredo”, o simbolismo disfarçado e o diálogo entre experimentação estética e cinema-entretenimento. 

A mostra terá também palestras com os jornalistas Pedro Butcher, Marcelo Miranda e Carlos Primati. Os especialistas vão conduzir “Experimentação x Indústria”, “Pelo buraco na parede: a revolução de Psicose e a dupla distância do olhar em Alfred Hitchcock” e “Eros é  Tânato: sexo e morte no cinema hitchcockiano”, nos dias 13 , 17 de agosto e 3 de setembro, respectivamente. Já no dia 28 de agosto, o filósofo Verlaine Freitas vai abordar a psicanálise nas obras do diretor.
Toda a programação e maiores informações estão no site da Fundação Clóvis Salgado:

sábado, 17 de agosto de 2013

Timor Leste na tela

Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília

Autor: Anderson Silva Vieira
Ano: 2012
Orientadora: Kelly Cristiane da Silva

Resumo: 

Esta dissertação trata da análise de três produções audiovisuais realizadas pelo Centro Audiovisual Max Stahl em Timor-Leste (CAMSTL). As questões que são discutidas em tais obras evocam questões relacionadas a políticas (de reconhecimento; de proteção a direitos; de segurança pública, entre outros) que tocam o Estado-nação timorense pós-independência. Fundado por Max Stahl, o CAMSTL age no campo audiovisual registrando o processo de construção do Estado-nação timorense, salvaguardando os registros já existentes e capacitando pessoas para que estas possam continuar trabalhando com audiovisual. Os filmes realizados pelo Centro têm caráter documental e versam sobre questões políticas e sociais. Os vídeos aqui analisados são: Voices of the Poor, que aborda o tema do desemprego entre os jovens timorenses; After the Victory, onde ex-combatentes do período da Resistência timorense reivindicam políticas públicas de reconhecimento, e; Women, Peace and Security, que trata do Centro Esperanca Ba Feto – Salele de proteção a mulher e fortalecimento de seus direitos. O campo em questão demanda uma série de reflexões que antecedem uma análise antropológica. O encontro entre a linguagem científica e a polissemia das imagens traz desafios aos que enveredam para a reflexão acerca das interpretações evocadas por produções audiovisuais. Em seguida, é realizado um breve mapeamento do campo de produções audiovisuais em Timor-Leste, mediante a apresentação de alguns agentes e instituições integrantes deste campo. Terminada esta etapa têm-se a descrição dos filmes aqui analisados. Após a descrição dos filmes são realizadas as reflexões acerca das narrativas construídas nos/pelos vídeos, contrastando-as com as desenvolvidas/apresentadas em textos acadêmicos sobre Timor-Leste e que tocam os mesmos temas. Tais reflexões evocam noções como o de tradução, reconhecimento e ética para compor a análise sobre as narrativas dos vídeos.

Palavras-chave: Timor-Leste. Narrativas audiovisuais. Max Stahl. 

Disponível emhttp://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12252/1/2012_AndersonSilvaVieira.pdf

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Projeções Antropológicas sobre um cinema da Baixada Fluminense


Dissertação defendida na Universidade de Brasília (em Antropologia do Cinema)

Autor: Tiago de Aragão Silva
Ano: 2011
Orientadora: Antonádia Monteiro Borges


RESUMO
O foco desse trabalho consiste em pensar parte da produção audiovisual do cineclube/bando/coletivo de Duque de Caxias, Mate com Angu, que já conta com mais de vinte curta-­metragens.
Elegi alguns eixos para versar sobre a sua cinematografia, com o desafio de pensar o cinema do Mate a partir do próprio cinema mateano. Essa dissertação poderia ter como eixo de discussão os contextos de produção dos filmes e de seus produtores, porém optei pela desafio de investigar os produtos fílmicos, acreditando que a produção imagética desses cineastas está para além de suas pessoas, desejos e contextos de produção. Posto no mundo, um filme tem como potencial percorrer os mais diversos fluxos, sendo consumido nas mais diversas situações, inclusive independente de seu autor. Aproprio-­‐me do tratamento que Deleuze dá ao cinema para esboçar meu desejo investigativo, a sétima arte seria um meio de apresentação e circulação do pensamento desses autores. os cineastas expressariam suas ideias a partir de blocos de movimento/duração e não de conceitos.

O presente trabalho tem como esforço percorrer os blocos de movimento/duração de alguns curtas selecionados, ao mesmo tempo em que se permite a presença de diversos intercessores para pensar e dialogar sobre cinema e possibilidades de investigação e diálogo na Antropologia.

Palavras-­chave: Antropologia do Cinema, Cinema, Audiovisual, Duque de Caxias, Mate com Angu. Abstract 



Mate com Angu

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