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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

IV Seminário Internacional Literatura e Cinema de ResistÊncia

 Inscrições abertas

01 a 05 de dezembro
Universidade Federal do Pará
http://selcir.wordpress.com/
entre outros na programação haverá Conferências sobre: Cinema, Documento e Resistência
com Markus Klaus Schäffauer – Universitat Hamburg (Alemanha) e Augusto Sarmento-Pantoja – Universidade Federal do Pará (Campus de Abaetetuba)//Doutorando IEL/UNICAMP.
Mesas sobre: Ditadura Cívil-Militar de 1964 no Cinema e na Literatura – narrativas do Araguaia e outras narrativas e Debate: Resistência e Resistentes.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Da mais popular atração a uma arte para poucos?

O ingresso de cinema chega a custar 8% do salário mínimo em São Paulo, um verdadeiro roubo!

Mazzaropi

Algo que sem dúvida alguma cresceu junto com a evolução do cinema brasileiro nas últimas duas décadas é o custo de ir ao cinema no Brasil. É comum pagar, nos dias de hoje, preços cheios ao redor de 30, 40 reais – isso sem contar transporte, estacionamento e pipoca.

Só nos últimos oito anos, o valor médio do ingresso (aquele calculado de acordo com o que é cobrado na prática por todas as salas, incluindo possíveis descontos) passou de 5,83 a 11,73 reais – um aumento de pouco mais de 100% – segundo os dados fornecidos pelo Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual.

Segundo uma pesquisa de 2011 do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (a última divulgada pela instituição), São Paulo, uma das cidades mais custosas do país, tem um dos ingressos mais caros do mundo, superando os valores cobrados em Nova York, Tóquio e Paris. Atualmente, as entradas das salas paulistanas mais “exclusivas” chegam a custar 58 reais, que corresponde a 8% do salário mínimo.

Além de sinalizar que o custo de vida no Brasil está hoje entre os mais altos, os vários profissionais do setor culpam a meia-entrada – criada originalmente para estudantes e idosos – por esse susto ao consumidor.

Cerca de 70% das entradas vendidas no país são “meias”, que por sinal deixaram de ser um benefício social para se tornar uma ferramenta de marketing que muitas salas de cinema usam para atrair o público.

Os descontos de 50% foram estendidos a clientes de bancos, empresas de telefonia e outros, e, aparentemente, quem não se unir à tendência vai esvaziar suas salas. “Se não tivesse meia, os preços cairiam de 35 a 40%”, afirma Jean Thomas Bernardini, do Reserva Cultural. Marcelo França, do Grupo Estação, não pensa diferente: “Os vários tipos de meia entrada impedem a competição natural entre as salas. Quem tem mais publicidade, portanto, é quem leva”.

Por outro lado, há certo consenso de que os preços praticados são os possíveis considerando os investimentos técnicos e os tecnológicos, o maior poder aquisitivo dos brasileiros e altos impostos cobrados pelo governo. França diz que “é uma questão física. As salas são menores hoje, têm em média de 40 a 200 lugares. É como ocupar o voo comercial de um avião. Se fica vazio, é complicado baratear. A saída seria desonerar os impostos”.
 

publicado originalmente:  http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/16/cultura/1408209653_575294.html

domingo, 17 de agosto de 2014

Aviso axs navegantes: resumo até quarta-feira!

 
Terra do Carimbó

O 1° EAVAAM terá 07 Grupos de Trabalho como parte de sua programação. O prazo para a submissão de trabalhos vai até dia 20 de agosto (próxima quarta-feira , pelo site: www.eavaam2014.com.br

Segue a lista de GT's e seus coordenadores:
GT 01- Antropologia do Cinema: entre narrativas, políticas e poéticas.
Coordenadores: Marcos Aurélio da Silva (UFSC) e Ana Paula Alves Ribeiro (UERJ)

GT 02- Entre texturas e sinuosidades: articulações entre antropologia visual, gêneros e sexualidades
Coordenadores: Ramon Pereira dos Reis (USP) e Milton Ribeiro da Silva Filho (UFPA)

GT03- Imagens da cidade: usos da fotografia nos estudos urbanos
Coordenadores: Jesus Marmanillo Pereira (UFPB) e Anne Caroline Nava Lopes (UFMA)

GT 04- Masculinidades e Feminilidades em imagens midiáticas
Coordenadores: Edyr Batista de Oliveira Júnior (UFPA) e Manuela do Corral Vieira (UFPA)

GT 05- Imagens sobre infâncias, juventudes, cultura e sexualidade
Coordenadoras: Maria do Socorro Rayol Amoras Sanches (UFPA) e Telma Amaral Gonçalves (UFPA)

GT 06- Imagem, imaginário e ética na sociedade contemporânea.
Coordenadores: Jones da Silva Gomes (UFPA) e Hélio Figueiredo da Serra Netto (UFPA)

GT 07- Pesquisas de campo em Antropologia Visual - diálogos contemporâneos

Coordenador: Rubens Elias da Silva (UFPB).

 Postagem relacionada:

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Curtas do “Walt Disney” italiano são recuperados

italia-curta-metragens-do-walt-d-1

[Luigi Pensuti, animador anarquista e antifascista foi reprimido por Mussolini, embora o ditador tenha usado seu trabalho em campanhas de propaganda.]

Os curtas de animação de Luigi “Liberio” Pensuti, o “Walt Disney italiano”, antifascista e anarquista cujos trabalhos foram utilizados paradoxalmente por Mussolini para suas campanhas de propaganda contra a tuberculose, acabam de ser restaurados.

A recomposição destes anúncios, com a qual colaboraram a Cineteca de Milão, o Instituto della Luce e o Cinema ritrovato de Bolonha, foi uma das novidades do festival Mostra del Nuovo Cinema de Pesaro, cuja quinquagésima edição acaba amanhã na cidade de Las Marcas (centro da Itália).

Este pioneiro da animação italiana, anarquista e anticolonial, como sugere seu apelido “Liberio”, foi vítima da repressão da ditadura de Benito Mussolini, que o levou a perder seu posto no Instituto della Luce por não ter se afiliado ao Partido Nacional Fascista e engrossar a temida lista negra do Duce.

O prestígio e a popularidade de Pensuti, que começou trabalhando em fins dos anos vinte do século passado com gênios como Carlo Cossio ou Trilussa, após uma experiência na França com a companhia de marionetes de Piccoli di Podrecca, continuou crescendo ao longo da década seguinte.

Entretanto, o diretor da Cineteca de Milão, Matteo Pavesi, disse que os três arquivos reconstruídos “fazem parte de uma campanha publicitária que foi exibida durante 10 anos”, nos anos trinta do século passado, quando Pensuti trabalhava para uma associação contra a tuberculose a serviço do regime, não para ele.
Mas Pensuti também combinou a criação de atrevidas paródias contra o colonialismo e o fascismo, como “Il Dottor Churkill” ou “Ahi Hitler!” entre 1940 e 1942 no estilo de Walt Disney com sua sátira de Mickey Mouse e Pluto sobre os nazis em plena Segunda Guerra Mundial.

Para Pavesi, a estética dos desenhos do mestre italiano “se parece muito com a do primeiro Disney, o primeiro Mickey Mouse, embora menos antropomórfico”.

“A diferença está em que Disney combina elementos animais e humanos”, continua, “enquanto Pensuti é mais realista; de fato, servirá de inspiração para autores do pós-guerra”, que deram vida, por exemplo, ao mítico Calimero para um anúncio de detergentes no “Carosello”, os anúncios que a Rai divulgava em seus princípios.

Desde que o Min-CulPop (Ministério da Cultura Popular) censurou rapidamente uma de suas obras primas, “La vispa Teresa”, da qual disse que provocava um dano nocivo à “sacralidade da família” e incitava a prostituição, as obras precedentes com Trilussa foram retiradas do mercado.

Essas primeiras obras serviriam de inspiração a um jovem Roberto Rosellini que despontaria mais adiante e permitiram a Mussolini, apesar de tudo, apreciar em Pensuti um talento cinematográfico inquestionável.
O ditador italiano, grande aficionado por desenhos animados e consciente de suas enormes possibilidades de propaganda, não duvidou em contar com os serviços do “Disney italiano” apesar de sua negativa em aderir ao regime.

O estilo de Pensuti, nas palavras de Matteo Pavesi, “mudou substancialmente, de um estilo mais livre em pleno nascimento do cinema sonoro, a outro mais simples para todos os públicos, de crianças a pessoas analfabetas, utilizando a estrutura narrativa própria do cinema mudo, com músicas mais clássicas”, de acordo com a ditadura.

Os anúncios de Luigi Liberio Pensuti para as campanhas de propaganda de Mussolini contra a tuberculose serviram, de alguma forma, para continuar uma carreira artística que parecia truncada para sempre pela censura.

Pensuti morreu jovem, em 1945, e muitos de seus trabalhos desapareceram com ele e a ditadura para sempre, embora Pavesi sustente que alguns, como estes, “podem ser recuperados”, e com eles, a marca de um gênio que esteve adiante de seu tempo apesar das dificuldades.



Fonte: agências de notícias internacionais
Tradução > Anarcopunk.org
agência de notícias anarquistas-ana
por entre as vinhas,
ele abraça mais forte
e beija mais doce…
Rosa Clement

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