Pretende reunir pesquisadores que estudam as múltiplas relações entre Antropologia & Cinema. Em um mundo cada vez mais constituído por fluxos e contrafluxos de narrativas audiovisuais, propõe-se não apenas discutir os enunciados antropológicos de um cinema etnográfico ou de uma antropologia fílmica, mas também o desafio enfrentado pelos antropólogos de empreender uma Antropologia do Cinema.
Um dia do ano de 1930, José Américo Ghezzi (Bepo), Picapedrero
Anarquista, abandona o seu povo em Tandil e até 1955 não volta. Durante
25 anos caminha sem outro rumo que o traçado pelas vias da
Estrada-de-Ferro, tituláveis ao silencioso mundo dos "Crotos " em
que se encontra o "Francês", mestre da vida que o marcou para sempre. Em
seu povo, seus amigos e uma mulher o esperam cozinhando as suas
próprias vidas. 60 anos mais tarde, face a uma câmara, revivem suas
maravilhas e visões do mundo em uma sorte de colagem de olhares e
sonhos onde o primordial é a pergunta "a liberdade é possível?".
Dossiê Temático: Outros Filmes Prazo: 31 dezembro 2015 Editores: Sofia Sampaio, Raquel Schefer e Thaís Blank
Filmes utilitários, amadores, órfãos e efêmeros: repensando o cinema a partir dos ‘outros filmes’ Os
estudos de cinema têm vindo a construir-se, em larga medida, em torno
do filme de ficção, dentro de um paradigma predominantemente estético,
autoral e nacional. Apesar de constituírem a maior parte da produção
mundial, os filmes de não-ficção – uma categoria alargada, de metragem
variada, que inclui gêneros tão díspares como o filme de viagem, o filme
utilitário e ‘efêmero’ (industrial, turístico, educativo,
publicitário), o filme de atualidades, o filme amador e doméstico e os
chamados filmes 'órfãos' – têm sido sistematicamente marginalizados ou
mesmo excluídos das várias histórias e historiografias do cinema,
nacionais e internacionais.
Em Portugal, a importância desta
vasta produção para a sobrevivência da indústria cinematográfica não a
impediu de se tornar, na expressão de Paulo Cunha, num ‘cinema
invisível’ (2014). As recentes melhorias no acesso a arquivos de imagem
em movimento, bem como a crítica do paradigma estético dominante, a
favor de abordagens ‘historicamente mais neutras’ (Stephen Bottomore,
2001), têm vindo a encorajar a investigação deste ‘território
não-cartografado’ (Daan Hertogs e Nico de Klerk, 1997), resultando num
aumento significativo de publicações nesta área.
Este dossiê
temático da Aniki pretende reunir artigos que discutam, não apenas
questões diretamente relacionadas com estes filmes – como é que podem
ser investigados e para quê; quais os problemas que suscitam em termos
teóricos e metodológicos; como podem ser programados – mas também
aspectos relacionados com o campo em si – nomeadamente, como é que a
atenção a novos objetos de estudo poderá implicar novas formas de
conceber o cinema e a sua história. Ou seja, como é que podemos repensar
o cinema a partir dos ‘outros filmes’?
Contributos vindos de
áreas como os estudos de cinema, os estudos culturais, a história, a
sociologia e a antropologia serão bem vindos. Será dada prioridade a
casos de estudo originais e bem fundamentados, provenientes de vários
arquivos e cinematografias.
Os artigos recebidos serão sujeitos a
um processo de seleção e de revisão cega por pares. Antes de submeter o
seu artigo completo, consulte as Políticas de Secção e as Instruções para Autores.
Sofia Sampaio, Raquel Schefer e Thaís Blank coordenam, desde 2013, o grupo de trabalho ‘Outros Filmes’ da AIM.
Sofia Sampaio é
Investigadora Auxiliar no Centro em Rede de Investigação em
Antropologia (CRIA), do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL),
onde integra o grupo de investigação ‘Práticas e Políticas da Cultura’.
Tem publicado em várias revistas científicas nacionais e internacionais,
tais como: Textual Practice; Journal of Tourism and Cultural Change; Etnográfica; Cadernos de Arte e Antropologia; Ler História; Culture Unbound: Journal of Current Cultural Research; Scope: An online Journal of Film and Television Studies; Cinema: Journal of Philosophy and the Moving Image.
Atualmente é Investigadora Principal do Projeto ‘Atrás da câmara:
práticas de visualidade e mobilidade no filme turístico português’
(EXPL/IVC-ANT/1706/2013), financiado por fundos nacionais através da
FCT/MCTES.
Raquel Schefer é investigadora,
realizadora e programadora de cinema. Doutoranda em Estudos
Cinematográficos na Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris 3, finaliza
uma tese dedicada ao cinema revolucionário moçambicano. Mestre em Cinema
Documental pela Universidade del Cine de Buenos Aires, publicou a sua
tese de mestrado, “El Autorretrato en el Documental”, na Argentina, em
2008. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de
Lisboa, é atualmente membro do comité editorial das revistas La Furia Umana e General Intellect. Publicou artigos em revistas nacionais e internacionais, tais como: Aniki;
Cibertronic; Débordements; Imagofagía; La Clave; LaFuga; Kronos:
Southern African Histories; Le Journal de la Triennale; Poiésis; Textos e
Pretextos; Visaje, entre outras.
Thais Blank é
investigadora, montadora e realizadora. Doutoranda em Comunicação e
Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011) em regime de
cotutela com a Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. É mestre em
Comunicação e Cultura pela UFRJ (2010). Possui graduação em Comunicação
Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007).
Atualmente é supervisora do Núcleo de Audiovisual e Documentário do
CPDOC/FGV. Possui artigos publicados em revistas nacionais e
internacionais, tais como: Devires; Laika; Significação; Doc On-line; História da Mídia, entre outras.
A 3ª edição do Arquitecturas Film Festival Lisboa, mostra internacional de filmes documentais, experimentais e de ficção sobre Arquitetura, irá decorrer de 1 e 4 de outubro, com o tema “Welcome to the Future”. Para além da habitual presença no Cinema City Alvalade e na Cinemateca Portuguesa, este ano o festival terá também como sede o Fórum Lisboa.
Esta
3ª edição pretende proporcionar uma incursão a diferentes visões do
Futuro: desde “futuros” que se revelaram já obsoletos, àqueles que são
até à data atemporais. Ambiciona-se ir além do razoável e procurar
antevisões improváveis de novos mundos a ser, que possam ter tanto de
extravagância e loucura, como de profecia, visão e perspicácia.
É
com este olhar sobre o futuro que o realizador Edgar Pêra surge este
ano como personalidade central do festival. Edgar Pêra, um dos mais
prolíficos cineastas portugueses, realizou diversos filmes sobre
arquitetura que primam por nos surpreender pela sua visão singular,
inesperada e geradora de novas e renovadas interpretações. Da sua
presença na programação deste ano, destacamos a sessão exclusivamente
dedicada aos seus filmes em 3D e a Masterclass que o realizador irá
apresentar sobre a relação do seu cinema com a arquitetura.
O Arquitecturas Film Festival
Lisboa estreia a 30 de setembro, no Fórum Lisboa, com o filme “99
Dom-ino” (2014), um projeto do coletivo Space Caviar. O centésimo
aniversário do projeto Maison Dom-ino de Le Corbusier serve neste filme
como pretexto para um inquérito à domesticidade italiana e a sua relação
com a paisagem nos últimos 100 anos. Concebido para integrar a
exposição “Monditalia” na 14ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, “99 Dom-ino” é uma ideia original de Joseph Grima, membro dos Space Caviar e diretor artístico da Bienal de Arquitetura de Chicago 2015.
Esta
3ª edição conta com mais de 50 filmes em estreia nacional, 4 filmes em
estreia europeia e 6 filmes em estreia mundial. Entre fevereiro e junho,
o festival recebeu 159 produções de 39 países diferentes para integrar a
competição, o que reflete uma vez mais que a interseção entre o cinema e
arquitetura é alvo global de interesse e investigação.
Os
filmes em competição serão avaliados e premiados dentro das respectivas
categorias pelo seguinte júri: Catarina Alves Costa (Diretora, PT);
Diogo Burnay (Arquiteto, PT); Manuel Henriques (Diretor da Trienal de
Lisboa, PT); Nelson Dona (Diretor do Festival
Amadora BD); Nick Dunn (Professor de desenho urbano, Lancaster
University, GB); Nuno Cera (Artista, PT); Olívia Bina (Investigadora de
Ciências Sociais, ICS-Ul, PT); Peter Bo Rappmund (Diretor, EUA).
À
semelhança dos anos anteriores, os filmes premiados desta edição do
festival integrarão o Circuito Itinerante e serão recebidos por
instituições, festivais e faculdades em cidades várias, não só em Portugal
mas um pouco por todo o mundo. Em edições anteriores, o Circuito
Itinerante passou por Braga, Porto, Faro, Évora, Delft (Holanda) e
Bradenburgo (Alemanha). Este ano prevemos estender o circuito nacional a
São João da Madeira, Leiria, Coimbra e Açores e o internacional ao
Brasil, Canadá e República Checa. Para mais informações, acesse a página do Arquitecturas Film Festival.
O
prazo de envio de resumos para os Grupo de Trabalhos da Reunião de Antropologia do
Mercosul, que acontecerá de 30/11 a 04/12 em Montevideu, foi
prorrogado para 9 de agosto. As inscrições de propostas devem ser feitas
via email para os coordenadores....
GT 15. Antropologia Audiovisual & Antropologia do Cinema: olhares cruzados e conexões possíveis
Este GT surge da necessidade de reunir pesquisadores latino-americanos
que estudam as múltiplas relações entre Antropologia & Cinema, seja
da perspectiva da Antropologia Audiovisual, seja da perspectiva da
Antropologia do Cinema. Dando continuidade às discussões empreendidas no
âmbito da 28ª/29ª RBA (2012/2014 - Brasil), III ALA (2012- Chile) da X
RAM (2013 - Argentina), XI CAAS (Argentina), entre outros eventos,
trata-se de debater o cinema como objeto antropológico em sentido
próprio, focando especialmente: 1) as articulações entre cinema,
narrativa, memória e subjetividade; 2) as representações e
interpretações que as narrativas cinematográficas nos propõem sobre os
mais diversos temas, como a relação "natureza-cultura", o estatuto do
"humano/não humano", de "corpo", "gênero", “sexualidade”, "identidade",
"ciência", "religião”, etc.; 3) as condições sociais de produção,
circulação e recepção dessas narrativas em seus mais diferentes formatos
e gêneros, considerando as diversas categorias que estruturam o campo
cinematográfico. Em suma, em um mundo cada vez mais constituído por
fluxos e contra fluxos de narrativas audiovisuais, trata-se não apenas
de pensar os enunciados antropológicos de um cinema etnográfico, mas de
empreender uma etnografia do cinema, entendida no âmbito de estudo sobre
a contemporaneidade e os novos procedimentos de construção de sentido.
Por outro lado, a antropologia audiovisual foi se constituindo com a
contribuição de cineastas por várias décadas. Na América Latina, apesar
de existir uma grande produção nesse campo, pouco se tem analisado os
filmes etnográficos em relação aos aportes da linguagem cinematográfica
para essas narrativas. Considerando a importância de discutir essas
questões, propõe-se analisar produções audiovisuais que tenham
utilizado, do ponto de vista teórico-metodológico, a antropologia
audiovisual e/ou o cinema documental, focando os aportes, cruzamentos e
tensões entre essas linguagens e a pesquisa antropológica.
Debora Breder. Doutora em Antropologia pela Universidade Federal
Fluminense/Brasil com Estágio Doutoral na École des Hautes Études en
Sciences Sociales/Paris. Pesquisadora do Grupo de Análises de Políticas e
Poéticas Audiovisuais (GRAPPA/UFFRJ) e Profª da UCAM/Brasil.
deborabreder@hotmail.com
Francisco de La Peña Martínez. Doctor en
Antropología Social y Etnología por la École des Hautes Études en
Sciences Sociales/Paris. Profº da Escuela Nacional de Antropología e
Historia/ENAH/México. paco61@prodigy.net.mx
Debatedor: Carlos Reyna.
Professor Doutor de Cinema do IAD e de Antropologia Visual do Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de
Fora. creynna@gmail.com
‘Brasil tem que encarar a demarcação de terras indígenas’, diz Lucia Murat No
final dos anos 90, Lucia Murat foi até o Mato Grosso do Sul rodar
‘Brava Gente Brasileira’, uma ficção que tinha como parte do elenco de
apoio os Kadiwéu, comunidade indígena de conhecido espírito guerreiro,
inclusive com papel de destaque na Guerra do Paraguai (1864-1870).
Assista ao filme aqui!!!
Depois
das filmagens, manteve contato com o povo de lá à distância, até 2009,
quando voltou ao local. Ao presenciar a entrada da eletricidade e suas
inevitáveis consequências, teve a ideia de fazer o documentário ‘A Nação
Que Não Esperou Por Deus’, codirigido por Rodrigo Hinrichsen, que chega
este mês aos cinemas, depois de passar pelo Festival É Tudo Verdade.
Ao
montar sua equipe para o novo projeto e começar a viabilizá-lo, foi
surpreendida pela eclosão da disputa pela retomada de terras, com os
Kadiwéus querendo de volta o espaço que foi invadido pelos pecuaristas
da região. A questão ocupa boa parte do filme, principalmente no final,
quando vemos uma negociação delicada entre os dois grupos, conduzida
pelo líder indígena Ademir – que, após o filme, foi assassinado por
outro Kadiwéu, devido a uma disputa de poder interna.
Durante
as filmagens, a cineasta teve acesso ao Relatório Figueiredo, tema do
vídeo exclusivo de making of, disponível abaixo, e sobre o qual comentou
posteriormente: “Nós já tínhamos voltado da primeira fase de filmagem
quando tive acesso ao Relatório Figueiredo. Primeiro, soube que das 7
mil páginas, algumas tratavam da questão das terras Kadiwéu. A partir
daí, conseguimos a íntegra das 7 mil paginas e dividimos entre a equipe
da produtora para podermos rastrear tudo que o relatório continha sobre
os Kadiwéu. Terminamos esse trabalho poucos dias antes de voltarmos para
a segunda fase das filmagens”.
“Foi
chocante descobrir a forma como os fazendeiros entraram na reserva, e
com a ajuda do SPI (Serviço de Proteção aos Índios). Essa descoberta foi
fundamental pois nos permitiu encerrar o filme mostrando como a invasão
das terras tinha começado”, completa.
O
documentário trata também de questões como o avanço da igreja
evangélica entre os índios, sempre mais preocupado em apresentar o
painel da região e evitando juízos de valor.
Sobre
essa volta ao território que havia explorado antes, a situação dos
Kadiwéu hoje e o processo de distribuição de ‘A Nação Que Não Esperou
Por Deus’, Lucia Murat falou ao TelaTela:
TelaTela – Depois dessa imersão, qual é sua visão sobre a questão indígena no Brasil?
Lucia
Murat – Acho que a questão fundamental é a questão da terra. Essa sim é
a questão que o Brasil tem que encarar, a demarcação das terras
indígenas. Acho que a partir desse ponto eles vão ter condições de
definir as vidas deles. A gente, enquanto País, deve às comunidades
indígenas e tem que realizar.
De que forma você acha que as realidades do homem branco e da comunidade indígena podem coexistir?
Existe
uma possibilidade de comunhão. Existe na medida em que, por exemplo, eu
sou branca e fiz dois filmes sobre eles sem nunca fingir que eu não era
branca, nunca fingi que não era estrangeira àquela realidade. Foram
dois filmes feitos com muito carinho e com muita tentativa de eu abrir
meu coração, abrir minha cabeça, para aquela realidade. Por mais que
seja uma visão “de branco”, não vou dizer que não é.
Eu
fiz um documentário muito tempo atrás chamado ‘O Olhar do Estrangeiro’,
que era basicamente sobre os clichês da indústria cinematográfica sobre
o Brasil. Da mesma forma que eu acho que diretores como Orson Welles
vêm ao Brasil e são estrangeiros, têm o olhar de fora, mas eles querem
vivenciar aquilo de uma outra maneira, eu tentei vivenciar com carinho e
me abrindo ao máximo para aquela cultura. E nesse sentido acho que
consegui ter uma integração. Agora, é óbvio que você tem todos os outros
aspectos negativos que estão no documentário.
Inclusive essa presença da Igreja Evangélica, uma questão que é sugerida no filme, mas não de um jeito pesado.
Não,
porque eu não acho que seja fundamental, nem que isso não possa
retroagir. Por exemplo, várias daquelas pessoas que estavam na cena da
“luta” com os pecuaristas são evangélicas. Praticamente todos eles [os
Kadiwéu] são. O que não significa que eles são fundamentalistas.
Eles
são evangélicos um pouco como o Ademir me disse uma vez: “Eu sou por
agradecimento”. Porque a primeira igreja evangélica que chegou lá
funcionou um pouco naquilo que a Funai não fazia. Fornecia medicamentos,
assistência médica. Isso não significa para mim que eles sejam
evangélicos totalmente fundamentalistas. Ele [Ademir] fudamentalmente
era uma liderança indígena no processo da retomada. Então não vou
considerar que ele era uma evangélico. Para mim, ele era uma liderança
indígena.
Você acha que a igreja soube aproveitar essa carência e se fortalecer em cima disso?
Tranquilamente.
Acho que a igreja evangélica entra no espaço do poder público. À medida
que esse espaço for ocupado pelos próprios índios, que eles consigam
continuar nesse processo de retomada de suas terras e de redescoberta da
história, eu acho que isso pode ser regredido. Por isso não coloquei de
um jeito pesado. Num
momento do filme é mostrado um índio pintando o rosto e falando da
importância de fazer este ritual antes de ir para a guerra. Depois, mais
para frente, o Ademir, líder da comunidade, está de cara pintada no
centro de uma discussão entre os Kadiwéu e os pecuaristas locais. Eles
então já têm consciência que a guerra hoje saiu do campo físico e partiu
para o campo político? Sim,
têm muita consciência disso. Eu me lembro que uma das fazendeiras
chegou lá e disse “eu fiquei arrasada que eu cheguei aqui e o Ademir
estava pintado”. E ele fez isso como manifestação mesmo, apesar de que
no tempo todo na reunião ele tem uma capacidade de negociação e de
diálogo incrível, no bom sentido. Ele sabe que é necessário negociar, e
faz isso muito bem. O filme terá uma distribuição alternativa, além do circuito comercial. Por que esta escolha? Hoje o circuito comercial está muito fechado para qualquer filme que trabalhe fora do ‘entertainment’,
seja documentário ou ficção. Então a gente quer criar circuitos
alternativos, onde esses filmes e essas discussões possam ser feitas. A
gente tá se aliando à Taturana Mobilização Social, por exemplo, e
estamos fornecendo o filme com essa intenção, de mobilizar socialmente
as pessoas e usando o filme para discussão.